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domingo, 29 de junho de 2014

REFLEXÃO


 Por meio da leitura do belo texto de Italo Calvino “O modelo dos modelos” e da experiência adquirida durante este período acredito que a elaboração do Plano de Atendimento Educacional Especializado - AEE deve se fixar, antes, nas habilidades e dificuldades do aluno para que assim, através da promoção de um bom plano possamos fazer uso destas habilidades no sentido de sanar as dificuldades apresentadas não compartilhando de uma visão limítrofe que toma a deficiência sob uma abordagem unilateral.

 Na construção do plano devemos observar se o mesmo, em primeira instância, é aplicável e exequível dentro da realidade do aluno e, consequentemente, da escola onde o mesmo está inserido. Dito isso, devemos privilegiar em detrimento do estereótipo criado pela deficiência quando tomada em suas particularidades e não como um todo, a busca da contribuição de toda a comunidade escolar e mesmo social bem como a disponibilidade de parceiros envolvidos no processo de inclusão.

O plano, para ser satisfatório, deve estar imbricado a realidade absoluta do aluno e necessita ser avaliado segundo a própria evolução do mesmo. Para tanto, devemos enaltecer o caráter maleável e dotado de possibilidades construtivas nos valendo de constantes modificações no sentido de promover melhorias.

 Finalmente, não há um modelo predeterminado ou mesmo ideal a ser seguido. Caso cairmos neste imbróglio estaremos, sem sombra de dúvidas, fadados a estabelecer um plano sem a realidade deveras aplicável atribuindo severos erros ao desenvolvimento do próprio processo de desenvolvimento e inclusão do individuo.

domingo, 8 de junho de 2014

RECURSOS E ESTRATÉGIAS EM BAIXA TECNOLOGIA QUE PROPICIAM A COMUNICAÇÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO – TGD/TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA-TEA

Os Recursos e Estratégias elencadas abaixo permitirão aos professores do ensino regular e ao professor do Atendimento Educacional Especializado – AEE do ensino fundamental, um trabalho colaborativo e compartilhado, viabilizando a comunicação do aluno com TGD/TEA. Adentrando no vértice da comunicação pela abordagem dos textos em estudo compreendi que os déficits na comunicação e no desenvolvimento da linguagem estão presentes no autismo como parte da tríade que caracteriza a síndrome, mas sua intensidade e gravidade variam desde a ausência da fala até a fala hiperformal (WING, 1998). No caso da ausência da comunicação verbal, há uma falta de intercâmbios corporais expressivos e, quando há comunicação verbal, há carência nos intercâmbios da conversação. Isso leva a uma sensação de privação de contato afetivo com a pessoa com autismo (HOBSON, 1993). Molini (2001) identificou, em seus estudos, a presença da intenção comunicativa, mesmo que essa possa ocorrer através de uma forma alternativa de comunicação. 

A Comunicação alternativa - área da tecnologia assistiva que se destina especificamente à ampliação de habilidades de comunicação é denominada de  Comunicação Alternativa (CA). A comunicação alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou ainda em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.

A CA pode acontecer sem auxílios externos e, neste caso, ela valoriza a expressão do sujeito, a partir de outros canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos, tais como: sim, não, olá, tchau, banheiro, estou bem, sinto dor, quero (determinada coisa para a qual estou apontando), estou com fome e outros conteúdos de comunicação necessários no cotidiano.

Com o objetivo de ampliar ainda mais o repertório comunicativo que envolve habilidades de expressão e compreensão, são organizados e construídos auxílios externos como cartões de comunicação, pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas, de palavras, dentre outros (citados apenas recursos em Baixa Tecnologia). Os recursos de comunicação de cada pessoa são construídos de forma totalmente personalizada e levam em consideração várias características que atendem às necessidades deste usuário.

Sistema de Símbolos Gráficos - Para a confecção de recursos de comunicação alternativa como cartões de comunicação e pranchas de comunicação são utilizados os sistemas de símbolos gráficos, que são uma coleção de imagens gráficas que apresentam características comuns entre si e foram criados para responder a diferentes exigências ou necessidades dos alunos. Existem diferentes sistemas simbólicos, sendo os mais importantes: PCS, Blissymbols, Rebus, PIC e Picsyms.
   

CARTÕES DE COMUNICAÇÃO

Descrição de imagem: A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo "tchau"); amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe"); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar"); laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna"), azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso") e brancos são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo "fora").

PRANCHA DE COMUNICAÇÃO TEMÁTICA

Descrição de imagem: Uma pasta do tipo arquivo, contendo várias páginas de sacos plásticos transparentes está sobre o colo de um usuário de CA. Cada página representa uma prancha de comunicação temática e na imagem visualiza-se a prancha com o tema "animais".

PRANCHA DE COMUNICAÇÃO ALFABÉTICA

Descrição de imagem: Sobre uma mesa está uma pasta de comunicação e nela, há uma prancha que contém as letras do alfabeto e os números. O usuário está apontando o dedo indicador na letra "X”.

COLETE DE COMUNICAÇÃO

Descrição de imagem: Colete produzido em tecido sintético que adere ao velcro. Cartões de comunicação ficam expostos na frente do colete do professor. Nesta imagem, o vocabulário representa partes do corpo humano.


Intervenções: Todas a atividades mencionadas acima poderão ser utilizadas com alunos com TGD/TEA que apresentam barreiras na Comunicação, isso na sala de aula regular, no Atendimento Educacional Especializado - AEE, no seu convívio com familiares e demais ambientes, proporcionando assim sua comunicação e interação social.
De acordo com Braccillia (2007), que as Tecnologias Assistivas, e nela inserida a CA, podem permitir que as pessoas com necessidades especiais tenham um maior controle sobre suas vidas; possam participar e contribuir mais ativamente nas atividades em casa, no lazer, na escola, e no ambiente de trabalho, e em suas comunidades; possam interagir mais intensamente com os indivíduos não-deficientes; tenham as mesmas oportunidades concedidas as pessoas não-deficientes durante a realização de exames.

FONTE DAS FOTOS - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa